O Desenvolvimento e a Mudança: Nossa Experiência com a Sabis International School
- ceciliamourtada
- 31 de jul. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 31 de jul. de 2024
A Sabis International School foi um marco na vida acadêmica da minha filha Catarina. Até 27 de julho, ela estava matriculada nesta escola, onde viveu uma experiência verdadeiramente transformadora. Ela concluiu o ensino infantil em dezembro de 2023 em uma escola bilíngue de bairro, que ficava próxima à nossa casa. E se desenvolveu muito bem nessa escola, mas com a mudança para a Sabis, percebemos algo crucial: Catarina precisava de desafios maiores.
Na escola anterior, Catarina frequentemente não fazia as atividades e conversava muito, segundo relatos da professora. Na Sabis, ela encontrou um nível de dificuldade muito maior e, com a barreira da língua em uma escola 100% em inglês, seu aprendizado disparou. A Sabis provou ser um ambiente onde ela precisava se esforçar e se envolver ativamente, o que fez toda a diferença.
Além disso, com a abertura da Tutores e acompanhando a Catarina mais de perto, ficou claro que ela se desmotivava com tarefas fáceis. No ambiente desafiador da Sabis, ela encontrou um lugar onde poderia crescer. A escola oferecia um nível de ensino avançado, com processos de alfabetização que incluíam letras maiúsculas e minúsculas ainda na educação infantil, algo que muitas escolas brasileiras só ensinam no segundo ano do fundamental.
A Sabis foi maravilhosa em muitos aspectos. A imersão em inglês, o extenso período pedagógico e atividades como aulas de natação fizeram uma grande diferença. Quando visitamos a escola, não tive dúvidas: era lá que ela estudaria.
Catarina faz aniversário em setembro, então ela precisou repetir um semestre da educação infantil antes de iniciar o primeiro ano. E agora caminhando para o primeiro ano decidimos mudar mesmo após ter efetuado a rematrícula. Mas por que essa mudança?
Ocorreu um incidente que nos fez repensar a decisão. Ela foi esquecida na sala, e o pior pra mim, não foi o fato em si, mas a maneira como a escola lidou com a situação.
No dia que isso ocorreu, meu marido buscou a Catarina na escola e ela contou para ele, mas acabamos não conseguindo conversar e então, quando eu já estava em casa com ela, ela me contou: “Mamãe, hoje eu tive que ir na sala da Miss ______” (não vou citar nomes). Prontamente perguntei o porquê e minha filha de 6 anos, cheia de dedos, disse: “Melhor eu não falar, você não vai entender.”
Ela, tão pequena, já teve noção da gravidade. Eu a incentivei a falar e ela me contou que as professoras perguntaram quem queria ir ao banheiro, e que ela e uma outra amiga foram (o banheiro fica na sala). Porém na hora que ela saiu do banheiro, não havia mais ninguém na sala e ela ficou lá. Explorou a sala e permaneceu ali, disse que não saiu porque ficou com medo que houvesse um incêndio ou que algo acontecesse, e que depois de um tempo a professora voltou já com a turma e ao notar que ela estava na sala chamou-a para conversar do lado de fora. Após isso, foi chamada na sala da coordenadora, que lhe disse para, na próxima vez, falar com a professora da sala ao lado.
Nem preciso dizer quantos problemas isso apresenta. "Na próxima vez?" Como assim?.
Ela me contou que os amigos e as professoras foram para a aula de Art, que era em outra sala subindo as escadas, mas que ela realmente ficou com medo, perdeu a fila para a aula e que a amiga tentou avisar que ela ainda estava no banheiro, mas não deram atenção.
Mas, o que mais me deixou fora de mim foi o fato de que eu não fui comunicada sobre o ocorrido e que soube disso através da minha filha e não da escola, o que me leva inclusive a crer que, se ela não tivesse contado, eu nem ficaria sabendo. No dia seguinte, mudei minha agenda para conseguir levá-la na escola (habitualmente, meu marido quem levava).
Quando a coordenadora me viu, disse que queria mesmo falar comigo (o que eu não tenho dúvidas que não procede). Ela alegou que não deu tempo de me ligar no dia anterior, me disse sobre a orientação que deu à Catarina, o que a própria Catarina já havia me contado, e ainda jogou a culpa nela, dizendo que ela não comunicou que precisava de ajuda no banheiro. A questão é que ela não precisava de ajuda, só demorou um pouco mais.
Eu fui bem incisiva e mostrei que não estava contente, mas o tom leviano da coordenadora, de que aquilo não era nada demais, me deixou ainda mais preocupada.
Após essa conversa, esperei alguns dias para ver se me acalmava, para não agir no calor da emoção, mas o incômodo não passou. Então pedi uma reunião com o diretor, a qual a escola tentou me convencer de não marcar, sugeriram falar com a coordenadora, alegando que a disponibilidade do diretor era pequena, mas após insistir, marcaram um horário.
O diretor demonstrou preocupação, disse que a postura da coordenadora não foi correta, que tinham falhado no procedimento de checagem e que repassou o procedimento com toda a equipe, não só com quem atende a turma da Catarina. Ele mesmo disse que, em um incêndio, seria uma criança que poderia ficar e morrer queimada. Sem norte, meio que convenci a mim mesma e, mais ou menos uma semana depois, fiz a rematrícula.
Durante as férias, em um aniversário onde meu marido e a pequena foram (eu não consegui ir), a mãe de uma amiguinha relatou que isso também aconteceu com a filha dela na escola. Isso nos fez voltar a repensar e colocar várias outras coisas em cheque.
A Sabis foi uma experiência incrível em termos de ensino e desenvolvimento para a Catarina, mas esse incidente específico e a necessidade de recuperar a confiança nos levaram a buscar uma nova escola. A estrutura da Sabis é impressionante, mas a falta de espaços verdes e um ambiente que permitisse mais brincadeiras também pesaram na decisão. Levei em conta também os planos de longo prazo para a Catarina, considerando a possibilidade de estudar fora do país, e percebi que outras escolas poderiam oferecer um caminho igualmente promissor.
Enfim, essa foi nossa jornada com a Sabis, uma escola com um ensino de altíssima qualidade, mas com detalhes que fizeram toda a diferença na nossa decisão de buscar uma nova instituição para a nossa filha.
Durante minha reunião com o diretor, aproveitei a oportunidade para falar sobre meu trabalho com a Tutores. Minha equipe já havia entrado em contato com a escola anteriormente, mas havia recebido uma negativa. Perguntei sobre as adaptações para alunos com dificuldades, e o diretor explicou que a escola faz as devidas adaptações, o que acredito devido ao nível de excelência deles. No entanto, ele ressaltou que, no caso de alunos transferidos, a adaptação se torna mais difícil devido à necessidade de trabalhar com o laudo e a proficiência em inglês. Na época, o diretor sinalizou um período no qual poderíamos agendar uma visita para minha equipe conhecer melhor a escola e entender essas outras vertentes, mas nunca tivemos um retorno. Pela minha experiência e pelas informações recebidas, posso afirmar que, independentemente de o aluno ter dificuldades ou não, a Sabis é uma escolha que deve ser feita cedo, pois o nível de exigência do inglês é alto.



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